Introdução: Cuidados paliativos (CP) utilizam intervenções multidisciplinares para controlar sintomas e o sofrimento. Nesse contexto, as práticas integrativas e complementares (PICs) podem ser utilizadas para proporcionar atendimento holístico às necessidades dos pacientes e de seus familiares. Objetivo: Identificar a prevalência das PICs como intervenção para pessoas em CP e seus familiares em estudos internacionais. Materiais e métodos: Revisão sistemática realizada entre julho e setembro de 2024, na base de dados PubMed, utilizando a combinação dos descritores: “Complementary Therapies”, “Palliative Care”, “Patients” e “Caregivers”. O gerenciamento dos dados ocorreu no aplicativo Rayyan, versão gratuita. Os critérios de inclusão foram: artigos que utilizassem PICs em ensaios clínicos, coorte ou caso-controle, publicados em inglês, francês, português ou espanhol, envolvendo pessoas em CP e/ou seus familiares, sem restrição temporal. Foram identificados 1.478 artigos, dos quais, após a exclusão dos duplicados e análise dos títulos e resumos, 39 foram incluídos e submetidos à síntese narrativa. Resultados: As PICs mais prevalentes foram: Musicoterapia (12), Massoterapia (6), Acupuntura (5), Plantas Medicinais (4), Aromaterapia (3) e Meditação (3), entre outras. Também foi identificado o conceito de "oncologia integrativa" (4), que envolve a combinação do uso de PICs, orientadas por profissionais capacitados, no tratamento oncológico para pessoas em CP. O público-alvo prevalente foram pessoas idosas em CP, com poucos artigos incluindo familiares (6). Predominaram estudos na oncologia, nos Estados Unidos e na Alemanha, sendo 2021 e 2023 os anos com maior número de publicações. Não foram encontrados artigos publicados no Brasil. O Journal of Pain and Symptom Management foi a revista com mais artigos publicados (7). Conclusões: As pesquisas sobre o uso de PICs em CP ainda são limitadas e predominantemente focadas em pacientes oncológicos, mesmo em nível internacional. Há necessidade de mais pesquisas para abranger diferentes faixas etárias e outras enfermidades, além de investimentos em estudos com intervenção no cenário nacional.
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JULIETA CARRICONDE FRIPP
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